Pesquisa de poluentes na linha de costa da Península de Machangulo
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Ficha de Projecto:
- ID do Projecto: MWB/2023/Proj/IDT/01
- Prazo: - 30 - 3
- Local de intervenção: Península de Machangulo (Moçambique)
- Área científica: Análise de poluentes
- Tema Estratégico: TE2 - Ecossistemas & Habitats
- Objectivo Estratégico: OE2 - Documentar
- Tipologia de actividades: Recolha, identificação, estudo e análise física, química e estatística de amostras
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Título:
Pesquisa de poluentes na linha de costa da Península de Machangulo.
Objectivo:
Documentar, analisar e avaliar materiais e substâncias poluentes encontrados na praia, no mar, e, quando possível, nas vísceras de animais, durante o curso de um ano.
DOCUMENTAR: Encontrar, identificar e categorizar materiais e substâncias poluentes, e produzir registos audiovisuais (fotografias e vídeos).
ANALISAR: Identificar física e quimicamente os materiais e as substâncias poluentes encontrados, determinar quando possível a sua causa e origem, e registar a evolução sazonal ao longo de um ano completo.
AVALIAR: Determinar a quantidade de materiais e substâncias poluentes encontrados, agrupando por categorias, e recolhendo e avaliando (quando possível) o seu número, peso, ou volume, e elaborar as correspondentes estatísticas, incluindo de forma cronológica conforme as estações do ano.
Contexto
A Península de Machangulo é extraordinariamente rica em ecossistemas e habitats, envolvendo linha de mar oceânico, linha de estuário, águas interiores, savanas interiores, mangais, zonas de coral, e dunas arborizadas, sendo lugar de procriação e nidificação de espécies migratórias, particularmente tartarugas e aves aquáticas, e refúgio de espécies vulneráveis ou em perigo de extinção como a tartaruga-comum (Caretta caretta), a tartaruga-de-couraça (Dermochelys coriacea) e o dugongo (Dugong dugon) (IUCN RED LIST), entre outros. [Ver também: CMS-Dugongo 1 + 2 + 3 + 4 ]
A península integra a Área de Protecção Ambiental de Maputo e a Área Transfronteira de Lubombo (que agrupa áreas da África do Sul, Suazilândia e Moçambique). Este património natural, incluindo as paisagens de grande beleza e elevado valor estético, ainda não detém um estudo sistemático e razoavelmente completo sobre os perigos e ameaças a que está sujeito, particularmente no quadro dos fenómenos poluentes, sejam com origem no mar ou rio, nem da informação técnica e científica para a devida fundamentação no sentido de o constituir como Sítio Ramsar. Não obstante a grande riqueza do seu extenso e diversificado património natural, e tendo já ratificado (2004) a Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional especialmente como Habitat de Aves Aquáticas (RAMSAR), Moçambique ainda só detém dos sítios reconhecidos: Lago Niassa e Complexo de Marromeu. A Península de Machangulo carece ainda de protecção específica e de reconhecimento internacional da sua importância, no contexto da conservação da natureza e da biodiversidade (incluindo da vida selvagem), particularmente ao abrigo da Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Selvagens (CMS), para o qual se torna instrumental desenvolver pesquisa e avaliação do seu estado e situação.
Noutro sentido, a atribuição de Sítio Ramsar permite incrementar as forças e os factores de valorização e dinamização económica do território, no contexto do desenvolvimento sustentável, contribuindo, complementarmente, na melhoria das vidas e das condições de vida das 8 comunidades locais. O presente projecto constitui-se, pois, como um primeiro e importante passo para a realização destes objectivos.
As Décadas das Nações Unidas
Este projecto alinha-se com as directrizes e os objectivos das duas actuais Décadas em curso:
Cadeia alimentar e saúde pública
A Península de Machangulo é sede de comunidades que desenvolvem economicamente e de forma artesanal as suas actividades de pesca (peixe e marisco), conduzindo ao mercado das proximidades (Salamanga, Bela Vista, Zitundo, Ponta do Ouro) ou das Cidades de Maputo e Matola. Um dos impactos importantes deste projecto é o resultado da análise regular de animais apanhados por estas comunidades no sentido de observar materiais encontrados nos seus estômagos e trato intestinal (plásticos, incluindo micro e nano plásticos, e outros materiais inorgânicos) e, quando possível, a análise físico-química de elementos tóxicos (metais pesados, como o mercúrio) ou microbiológica de patogénicos (bactérias e outros microrganismos nocivos) encontrados nas vísceras (fígado, pâncreas, bexiga, órgãos respiratórios). Deste modo, torna-se significativo saber se se estão, ou não, a integrar na cadeia alimentar determinados agentes nocivos à saúde humana. Noutro sentido, esta análise regular pode também contribuir no estudo e compreensão de se está a haver uma alteração nos hábitos alimentares das espécies, seja no contexto das alterações climáticas ou na depleção dos recursos das suas bases alimentares.
Meios e recursos
- Viatura 4x4 (incluindo combustíveis e manutenção)
- Equipamentos audiovisuais (fotografia e vídeo, incluindo periféricos e materiais de apoio)
- Equipamentos informáticos (computadores, grupos de memória, e programas, incluindo periféricos)
- Equipamentos laboratoriais (microscópico óptico, balança digital de precisão, balança mecânica, e reagentes, incluindo instrumentos e materiais de apoio)
- Logística (seguros, alojamento, alimentação, portagens e outras deslocações)
EQUIPA TÉCNICA
Coordenador:
Membros:
RESULTADOS E PUBLICAÇÕES
Publicação conforme os desenvolvimento havidos.
IMAGENS E VÍDEOS DO PROJECTO
Consulte a galeria do projecto.
[Nota informativa: galeria ainda não disponível].