Desenvolvimento Humano & Comunitário

Prevenir, deter e reverter a perda da natureza.

Contexto

A conservação da natureza e da biodiversidade está intimamente associada, e dela depende, do desenvolvimento humano e das comunidades locais. Em última análise, é o homem quem explora os recursos naturais. Sem o conhecimento dos valores da vida, sem a implementação dos princípios da sustentabilidade e dos modelos da economia verde e circular, e tendo em vista o ainda enorme e incontrolado aumento demográfico, com a sistemática ocupação de novas áreas naturais e incremento da exploração dos recursos naturais, qualquer esforço de conservação é um caminho sem saída e sem resultados.

As comunidades locais têm um papel vital e extraordinariamente importante neste esforço. Em primeiro lugar, e por razão das suas vidas se desenrolarem nas vizinhanças imediatas das áreas naturais (aqui tomadas como áreas não urbanas), ou mesmo dentro delas, e das suas economias delas dependerem, directa ou indirectamente, através da exploração dos recursos existentes, e, em segundo, por razão de serem os primeiros beneficiários da existência de tais áreas, às comunidades locais recaem a primeira responsabilidade em assumir a salvaguarda e preservação das áreas naturais, incluindo pela implementação dos mecanismos de protecção e defesa. A conservação da natureza e da biodiversidade é, cada vez mais, uma problemática que interliga as pessoas, as famílias, as comunidades locais, as informações, os conhecimentos, as competências, os saberes, as capacidades e as vontades e motivações de todos os envolvidos.

O aspecto mais importante que se ilumina nesta problemática é saber se as comunidades locais são detentoras das informações sobre as realidades locais, seja numa perspectiva histórica (saber como era) ou actual sobre os desenvolvimentos em curso (saber como está e a perspectiva futura do como será), e de estarem cientes do quadro geral de perigos e desafios que o mundo enfrenta agora no processo de enorme perda de biodiversidade e degradação ambiental, potenciados pelos impactos negativos das alterações climáticas.

Este aspecto induz à necessidade de se criarem planos de actividade que contribuam no seguinte:

• Informar, sensibilizar, inspirar e educar as pessoas para a problemática da conservação da natureza e da biodiversidade, com particular foco nas regiões onde habitam e conduzem as suas vidas económicas.
• Educar as pessoas sobre os valores e os princípios do desenvolvimento sustentável e na implementação de modelos da economia verde, azul e circular.
• Formar e treinar as pessoas em domínios técnicos e científicos e conduzi-las a vias profissionalizantes, incluindo através de estágios curriculares, extracurriculares ou profissionalizantes, fomentando o empreendedorismo, a criação de novas empresas, o desenvolvimento de sectores económicos com base nos serviços ecológicos proporcionados pelas áreas naturais e através de abordagens inovadoras e linhas de negócio sustentáveis, com base na utilização racional dos recursos naturais.
• Formular e implementar planos de actividade adaptados às crianças e jovens, através de campanhas de educação e sensibilização nas escolas e de campanhas envolvendo voluntários, incluindo a constituição e dinamização da figura e papel de Jovem Embaixador de Boa Vontade.

Linhas de desenvolvimento

A - Criar conteúdos e suportes de informação e meios de divulgação e apresentação da informação sobre um conhecimento mais profundo e abrangente do território, da problemática associada à conservação da natureza e da biodiversidade, e dos valores e princípios do desenvolvimento sustentável.

B - Produzir, realizar e editar audiovisuais e outros elementos de multimédia sobre a informação existente, incluindo arquivos de fotografias, vídeos, documentários, entrevistas e reportagens, e conduzi-los na divulgação pelas comunidades locais, com particular enfoque nas crianças e jovens, e, sempre que possível, através da interligação e participação das escolas, professores e demais colaboradores locais.

C - Organizar e implementar apresentações, palestras, debates, encontros e outros eventos congéneres, para partilha das informações e dos conhecimentos, para promover o empresariado e o voluntariado.

D - Organizar e implementar campanhas com a intervenção de voluntários.

E - Organizar e implementar cursos, acções de treino e formação técnico-profissional, e promover estágios curriculares e profissionais.

F - Promover a criação de ambientes para a melhoria dos modos de vida e do bem-estar das pessoas, das famílias e suas comunidades, proporcionado as condições os meios e os recursos para o integral desenvolvimento da pessoa humana, na realização dos seus talentos, potencialidades e aspirações.

Fotografia © João Barra Góias